Ficou consagrado, no vernáculo e nos discursos das
solenidades empresariais e escolares, que Honra ao Mérito consiste em um título
de virtude dado a pessoas ou organizações que atingiram o reconhecimento
público das suas atividades. Este reconhecimento surge, muitas vezes, de uma
postura ética no desenvolvimento do trabalho rotineiro para com a sociedade e
para com seus colegas.
Sem jogar confete em carnaval errado, ou puxar brasa para a
nossa sardinha, por tudo que representou, em seu bom combate, o jornalista José
Ribamar Bogéa, o fundador do Jornal Pequeno, a 29 de maio de 1951,
dignificou-se em fazer honra ao mérito, com sua preocupação em transformar a
sua Redação em caixa de ressonância dos anseios populares maranhenses. Com
isso, tornou-se uma espécie de baluarte dos menos favorecidos, pobres, humildes
e perseguidos, e, como não poderia deixar de ser, comprou muitas brigas com
poderosos que sempre pensam, primeiramente, em tirar proveito de tudo, mesmo
atropelando a justiça e o bem-comum, que é para ser um dos patrimônios da
coletividade.
Contemporâneo de Ribamar Bogéa, o poeta, radialista e cronista.de mão-cheia, Bernardo Coelho de Almeida, acompanhou bons momentos da luta homérica do criador do Órgão das Multidões e publicou um dos textos mais coerentes a respeito, sob o título Valeu, Cara! Num dos seus trechos, ele resplandeceu assim: “(…) A história do combativo Jornal Pequeno tem algo a ver com o silêncio importuno da lacuna na época existente em nossa imprensa, com a falta de um jornal circulante nas manhãs de segundas-feiras. Ribamar Bogéa descobriu isso, com garra e faro de repórter.
E foi um sucesso! Pouco depois, o seu Jornal Pequeno se transformava em termômetro de aferição da temperatura da opinião pública, em São Luís, no porta-voz dos humildes e injustiçados; no algoz das autoridades arbitrárias e dos criminosos. Tornou-se de uma popularidade incrível, no “pão nosso de cada dia”, de operários, comerciários e donas de casa.
Certos crimes, tal como o famoso Crime do Itapiracó, motivaram tanto sensacionalismo, nas páginas do Jornal Pequeno, quanto os tipos e quadros inesquecíveis: O Certo e o Errado, O Língua de Trapo, O Foguete à Lua. (com os candidatos derrotados às eleições), A Lista Anual dos Mais Chatos, A Grande Mentira do 1.º de Abril.— frutos de seu talento genial. Valeu, Cara! Valeu mesmo, confrade Ribamar Bogéa, seu Jornal Pequeno terá sempre um lugar cativo na primeira página do Jornalismo Maranhense!”
Com muito orgulho, e nosso mais sincero agradecimento, assinamos em baixo. No ensejo, lembramos que José Ribamar Bogéa fará um século neste ano, nascido em São Luís, a 18 de setembro de 1921. Só podemos desde já repetir o vocativo do poeta: “Valeu, Cara!”
Do JPTurismo
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