“No Maranhão, bandido não faz carreira”, diz o coronel Ismael Fonseca, comandante da Polícia Militar do Maranhão
É temerário colocar armas de fogo nas mãos de pessoas não
habilitadas. (Ismael Fonseca)
JM Cunha Santos
Em entrevista ao programa “A Voz do Parlamento”, apresentado
por Josélia Fonseca na rádio web da Assembleia Legislativa, o novo Comandante
da Polícia Militar do Maranhão, Ismael Fonseca, registrou que seu maior desafio
nesta nova função, (até então ele comandava o Centro Tático Aéreo - CTA), é
trabalhar no sentido de reduzir ainda mais os índices de criminalidade no
Estado, conforme são as metas traçadas pelo governador Flávio Dino e pelo
secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela.
O comandante Ismael Fonseca lembrou que há anos o efetivo
policial do Maranhão estava defasado sendo, proporcionalmente, o menor do país
e que os investimentos em segurança pública dobraram no governo Flávio Dino,
saindo de R$ 600 mil e chegando 1 bilhão e 200 mil reais no ano de 2018.
Mas tudo não se resume ao aumento do efetivo. “Ao contrário
de outras profissões, em se tratando de polícia é preciso investir também em
capacitação e qualificação do policial e o Flávio Dino tem a vantagem de ser um
governador que ouve os técnicos em cada área antes de tomar decisões” afirmou.
CRIMINALIDADE MUTANTE
Para o coronel Ismael Fonseca, o desafio de reduzir a
criminalidade vem do fato de que ela é mutante e faz de tudo para burlar o
sistema penal e o sistema de segurança, inclusive através de migrações de um
crime para outro. E um primeiro projeto do novo comandante da PM é informatizar
o poder de polícia nos 217 municípios do Estado, inclusive em povoados
distantes dos centros de decisões, de formas a facilitar o combate ao crime e
ao crime organizado.
Ao registrar que faz anos não temos notícias de rebeliões em
Pedrinhas, o comandante Ismael Fonseca lembrou que foi ele o primeiro
interventor naquele Complexo Penitenciário nos anos terríveis de 2013 e 2014,
quando o Maranhão assustou o mundo com a ocorrência de decapitações,
esquartejamentos, fugas e rebeliões constantes nas cadeias públicas do Estado.
Um dos destaques feitos pelo comandante da PMMA foi o
exaustivo combate a assaltantes de bancos e caixas eletrônicos. Segundo ele, 9 quadrilhas
tombaram em confronto com as forças policiais, mais de 300 assaltantes de
bancos estão presos e um enorme montante de dinheiro foi recuperado. “No
Maranhão, bandido não faz carreira”, orgulha-se o comandante.
ARMAS E MUNIÇÕES EM PODER DE CIVIS
Sobre o projeto do Governo Federal que flexibiliza o porte
de armas e garante até o uso de armas de fogo carregadas em via pública a
determinadas categorias profissionais, o coronel Ismael Fonseca disse que a
primeira pergunta que se faz é: “Será que essa sociedade está preparada para
isso? E exemplificou que na própria PM o profissional de polícia não chega
pronto, ele vai precisar ser instruído para o uso de armamento e tiro, o que
depende de treinamento, prática constante e muita orientação. “Colocar uma arma
nas mãos de uma pessoa não habilitada, é uma temeridade”, disse mostrando que
para reduzir em 72 % o número de homicídios entre 2014 e 2018, as polícias, bem
orientadas, não precisaram fazer uso exagerado de armamentos no Maranhão.