Mal saíram da apresentação realizada no Quartel da Polícia
Militar na última sexta-feira, 22, as viaturas equipadas com sistema de
radiocomunicação e que integravam a operação ‘Cerco Total’ já tinham o primeiro
chamado da missão. Era uma suspeita de assalto a ônibus registrada na Avenida
Beira Mar, na Praça Maria Aragão. Logo após o chamado, em dois minutos, o
reforço de outras quatro viaturas estava no local. Os suspeitos foram levados
ao Plantão Central e os passageiros puderam seguir a viagem.
Há um ano na profissão, Demi Vieira é motorista da linha de
ônibus Vila – Luizão /Holandeses e elogiou a Polícia quando o veículo que
conduzia foi parado e revistado no dia 22. “É muito bom, isso inibe os
assaltantes e a gente fica mais tranquilo para trabalhar”, afirmou.
Postados nas proximidades do Terminal da Praia Grande, além
de revistar os passageiros, os policiais aproveitavam o momento e conversavam
com os motoristas e cobradores que passavam pelo local. Essa era apenas uma das
ações que integravam a operação “Cerco Total”, que simultaneamente estava sendo
realizada em outras seis áreas da capital.
Além dos ônibus, os mais de 100 homens e 30 viaturas das
guarnições de todos os nove batalhões de polícia da capital e dos grupos
especiais como Rotam, Batalhão de Choque e Companhia Rodoviária Estadual,
realizavam incursões também nos bairros. Essas equipes se somavam às da
operação “Malha Rodoviária” e, como num grande “pente fino”, procuravam
possíveis focos de conflitos armados, tráfico de drogas e assaltos, com um
claro objetivo: a prevenção.
“Queremos dar a sensação de segurança e estar perto da população.
Vamos fechar o cerco contra a criminalidade”, declarou o Comandante Geral da
PM, coronel Pereira, durante a formação que os policiais fazem antes de cair em
campo para uma nova missão.
Após perguntar se o motorista tinha visto outras barreiras e
o que precisava melhorar na operação, o comandante Pereira prontamente acatou
às sugestões. “Só ontem fui parado duas vezes. Agora acho que precisa revistar
as bolsas das mulheres e também tem que fazer isso sempre”, afirmou Demi.
Sugestão dada, missão cumprida. Além da revista completa nos
ônibus, a Operação “Cerco Total” será realizada todos os finais de semana em
São Luís. Ela reforçará o policiamento ostensivo preventivo e, caso necessite,
repressivo, nos locais de maior aglomeração de pessoas e veículos, dentro do
que foi previamente mapeado como ponto vulnerável à criminalidade na capital.
Apoio Popular
Dono de uma venda de churrasquinho no Bairro de Fátima, o
comerciante Pedro das Neves afirmou que o medo acabou afastando os consumidores
e o antigo costume dos moradores de conversarem em suas portas e circularem à
noite no bairro. Os prejuízos não foram apenas materiais e ele gostou de ver
equipes do Batalhão de Choque e policiais militares em motocicletas percorrendo
as ruas e vielas do local.
“A gente precisa disso há muito tempo, temos medo das ruas e
é muito bom ver a polícia aqui. Quero que venham sempre”, declarou o
comerciante.
Cleia Mendes, também moradora do Bairro de Fátima, estava de
carona quando o carro dos amigos foi parado e vistoriado. Ela não se incomodou
com a abordagem. “De forma alguma isso é um transtorno. Moro aqui há 12 anos e
precisamos sim desse acompanhamento da polícia”, explicou.
De acordo com o Coronel Pereira, as abordagens a pessoas e
veículos serão o mais ostensivas possível. “O policial deve respeitar o
cidadão, mas precisaremos revistar e averiguar o maior número de pessoas e
veículos que conseguirmos”, explicou.
Nova realidade
Para que ações como a da “Operação Cerco Total” e da “Malha
Metropolitana” fossem efetivadas, o Governo do Maranhão teve que estabelecer,
entre as suas metas, o aumento do efetivo policial. Em janeiro de 2016, o
governador Flávio Dino realizou a convocação de 1.500 novos policiais aprovados
no último concurso. Após meses de preparo no Curso de Formação, os militares
concluíram o treinamento no final de dezembro e começaram a trabalhar,
reforçando as ações de segurança.
Além disso, a aquisição de novos equipamentos, como rádios
de comunicação, 30 modernas viaturas permitiram a realização das operações.
“Elas são muito boas, facilita o nosso trabalho e a gente
consegue dar respostas à população”, afirmou o recém –nomeado soldado Francisco
Arruda. Ele que já trabalhou como guarda municipal, afirma estar feliz na nova
profissão e sonha colaborar sempre com a segurança da população. “Sempre foi um
sonho e consegui realiza-lo agora. Já fui guarda municipal e agora quero seguir
sempre na carreira de segurança pública, quero servir à nossa população”,
declarou.
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