Foto: Nilson Figueiredo |
Uma quadrilha especializada em assalto a banco,
considerada violenta e perigosa, foi desarticulada em ação da Polícia Civil na
madrugada desta quinta-feira (24). O bando se preparava para realizar mais uma
assalto, desta vez à agência bancária do município de Grajaú, quando foi
surpreendido pelos policiais.
No confronto, houve troca de tiros e três membros
da quadrilha foram mortos, entre eles, John Lennon da Silva, tido como líder do
bando e contato de facção criminosa paulista no Maranhão. Quatro integrantes
conseguiram fugir e estão sendo procurados. Além do Maranhão, a quadrilha agia
nos estados do Pará, Piauí e São Paulo. A investigação apontou que já teriam
praticado mais de 12 assaltos a bancos – em dois destes conseguiram a quantia
de R$ 1,5 milhão.
“Essa quadrilha já havia praticado vários assaltos a
banco no interior do estado. Eles agiam sempre com violência e andavam
fortemente armados. Com esse trabalho, a polícia desarticulou um grupo
altamente perigoso”, afirmou o secretário de Estado de Segurança Pública,
Jefferson Portela, durante coletiva de imprensa. A marca registrada da ação dos
integrantes da quadrilha era o uso de violência e de armamento de alto calibre
– geralmente fuzis AK 47 – uma das mais potentes e só utilizadas pelo Exército.
Na ação da madrugada desta quinta, a polícia apreendeu três fuzis AK 47.
Outra característica da quadrilha eram os assaltos de
“cara limpa”. O grupo não se importava com os mecanismos de câmeras e vídeos e
adentravam os locais de fuzis em punho e sem máscaras. “A desarticulação desse
bando influirá também nos casos de roubo a banco, que deverão diminuir
consideravelmente”, disse o superintendente estadual de Repressão ao
Narcotráfico, Tiago Bardal.
No confronto com a polícia, mais dois integrantes da quadrilha
morreram: Diego Saboia, o “Cabeça”; que era o braço direito de John Lennon; e
um homem que até o momento foi identificado apenas como “Ferramenta”.
Estão
foragidos Ilton Carlos Martins e Adeildo Alves Nunes. No Maranhão, a quadrilha
praticou assaltos às agências do Banco do Brasil em Parnarama (nos dias 4 de
fevereiro e 5 de junho), São Domingos (em 18 de março), Brejo (22 de abril),
Tutóia (10 de abril), Buriti (24 de junho) e no Piauí, agências do Banco do
Brasil e Caixa Econômica Federal na cidade de José de Freitas, ambos dia 29 de
abril. “Era um grupo bastante audacioso, que implantava o terror em suas
vítimas, mas que, graças a essa operação policial, está fora de circulação”,
reitera Bardal.
Também participaram da coletiva imprensa, o delegado
geral da Polícia Civil do Maranhão, Augusto Barros; e o superintendente de
Polícia Civil do Interior, Dicival Rodrigues.
Fuga facilitada
John Lennon da Silva era procurado desde o dia 5 de
abril, quando foi resgatado do Centro de Detenção Provisória (CDP), da
Penitenciária de Pedrinhas, durante a madrugada. No resgate, os suspeitos
estacionaram uma caminhonete e um carro pequeno próximo ao muro da detenção e
armados com fuzis e pistolas, dispararam contra a guarita de vigilância,
ferindo um policial.
Enquanto isso, outros suspeitos pulavam o muro fazendo o
resgate de John Lennon e mais três membros da quadrilha. Sobre esse episódio o
secretário Jefferson Portela afirmou que houve facilitação e o responsável já
foi identificado. “Fizemos uma investigação minuciosa sobre esse caso, porque
entendemos, à época, que algo estava errado.
Os trabalhos foram concluídos,
sabemos quem é o culpado e quando for o momento vamos apontar os fatos graves
que levaram à essa omissão, ao não impedimento desta fuga”, pontuou. O
inquérito policial civil do caso prossegue, coordenado pela Superintendência
Especial de Investigação Criminal (Seic).
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