A rebelião de presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e o
aumento da violência e da criminalidade no Estado foram os principais
temas abordados na tribuna, durante a sessão desta quinta-feira (10).
O primeiro parlamentar a abordar o assunto foi a deputada Vianey
Bringel (PMDB), que se manifestou alarmada com a violência do motim em
Pedrinhas, ocorrido na noite de quarta-feira (9), que resultou em
diversos detentos mortos e feridos.
“A culpa do que está acontecendo é de todos os políticos do Maranhão;
de todos os governos que aqui já passaram”, declarou Vianey Bringel,
lembrando da existência de um projeto do governo federal, para a
construção de mais duas penitenciárias no Estado. “Muito se falou sobre
este projeto, mas depois a história morreu e os presos continuam
morrendo em Pedrinhas”, lamentou.
Além da deputada Vianey Bringel, também discursaram sobre o assunto
os deputados Raimundo Cutrim (PCdoB), Marcelo Tavares (PSB), Rubens
Júnior (PCdoB), César Pires (DEM), Othelino Neto (PCdoB), Bira do
Pindaré (PSB), Cleide Coutinho (PSB), Eliziane Gama (PPS), Neto
Evangelista (PSDB) e Carlinhos Amorim (PDT).
O deputado Raimundo Cutrim foi enfático ao afirmar que o Maranhão
está enfrentando “uma verdadeira guerra civil, porque o Estado perdeu o
controle da segurança pública”. Cutrim criticou duramente o secretário
de Estado da Segurança Pública, Aluísio Mendes, frisando que além do
motim em Pedrinhas, mais de 10 ônibus foram incendiados durante a noite
de quarta-feira (9).
“A situação está incontrolável”, salientou Raimundo Cutrim. “Estamos
aqui vivendo em um mar de sangue. A nossa situação é gravíssima. Só o
índice de homicídio é mais de 90 a cada mês e nesses dias em que está se
iniciando o mês já tem mais de 20 homicídios. A situação nossa é
gravíssima e o governo se vê aí de mãos atadas, não está dando resposta
aos anseios da sociedade”, acrescentou Cutrim, chegando a sugerir
intervenção federal no Estado do Maranhão.
O deputado Marcelo Tavares também teceu duras críticas ao governo,
afirmando que há uma falência completa no sistema de segurança do
Maranhão, que se estendeu ao sistema penitenciário.
“A Segurança Pública do Maranhão acabou. Não existe mais Segurança
Pública no Maranhão, e não há dúvida nenhuma de que a governadora
Roseana Sarney é a maior responsável por isso, não há dúvida! Deveria
pedir para sair, pela incapacidade gerencial de administrar o Maranhão
principalmente na área da Segurança Pública”, ressaltou Marcelo Tavares.
O líder da Oposição, deputado Rubens Pereira Júnior, e os deputados
Othelino Neto, Carlinhos Amorim, Bira do Pindaré, Cleide Coutinho,
Eliziane Gama e Neto Evangelista proferiram discursos no mesmo tom,
fazendo apelo para que o Governo do Estado evite que o caos se instale
por completo no sistema de segurança pública.
“Há uma intensa crise de segurança pública, com uma
intensa crise do sistema carcerário do Estado e, inevitavelmente as duas
crises se uniram causando os problemas dentro de fora do sistema
carcerário do Maranhão.
É um absurdo que o Maranhão tenha apenas
Pedrinhas como presídio do Estado, onde se coloca junto um ladrão de
galinha e um perigoso traficante”, discursou Rubens Júnior, assinando
que o governo do Estado gasta mais na área de comunicação do que na área
de combate e prevenção da criminalidade.
Da mesma forma que os deputados Raimundo Cutrim e Rubens Pereira
Júnior, o deputado Bira do Pindaré também aventou a hipótese de
intervenção federal no Maranhão:
“A ideia da intervenção pode ser uma medida necessária mesmo, porque o
Estado não tem mais governo.
Então só há dois caminhos: ou há
intervenção do governo federal para trazer a Força Nacional para
garantir a segurança que o governo não consegue garantir, ou então a
governadora tem que ouvir aqui o que propôs o deputado Marcelo, ela tem
que pedir para sair.
Ela tem que passar o boné, ela tem que reconhecer
que não é capaz de enfrentar essa situação e passar o cargo para outro”,
frisou Bira do Pindaré.
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