Após o Ministério Público do Maranhão (MP-MA) denunciar o deputado
estadual Raimundo Cutrim e o secretário de Assuntos Estratégicos do
Estado Carlos Alberto Franco de fazerem parte de uma quadrilha de
grilagem de terras, em Paço do Lumiar, MA, os dois falaram do JMTV sobre
as acusações.
Dona de casa Cinézia Melo, uma senhora de 70 anos que se diz vitima do
esquema, conta que a terra pertencia à sua família desde 1912. Ela
declarou ter vendido uma pequena área de 16 hectares para o deputado
Raimundo Cutrim e o acusa de ter se apossado aos poucos do restante.
Ao saber da declaração da senhora, o secretário Alberto Franco se
defende. "Essa pessoa é vítima? Pra mim, ela é integrante da quadrilha”,
dispara. Já Raimundo Cutrim alega ter tomado conhecido da falsidade da
escritura do terreno somente no ano passado.“Uma pessoa que me vendeu e
deu a escritura. Agora se era falsa, eu só fui tomar conhecimento em
2012”, se defende.
Para conseguir a escritura, Cutrim diz ter comprado a área de um homem
chamado Antonio Claudino da Silva, que teria assinado, em 2000, uma
procuração para vender o imóvel. As inestigações, porém, descobriram que
existe um atestado de óbito demonstrando que Antonio Claudino, o
vendedor, teria falecido em 1997. Ele alega que também foi enganado e,
pela primeira vez, admitiu que os documentos da terra que comprou eram
falsos.
Já o secretário Alberto Franco nega que tenha ajudado a fraudar os
documentos e acusa dona Cinézia de montar um plano para pegar as terras
de volta porque se arrependeu de ter vendido, já que as terras teriam
sido vendidas por R$ 28 mil e, hoje, valem R$ 6 milhões.
O caso está no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA). A aceitação da
denúncia da Procuradora Geral de Justiça do Maranhão (PGJ-MA), Regina
Rocha, ainda está em fase de apreciação. O deputado e o secretário foram
indiciados pela polícia e denunciados pelo Ministério Público como
integrantes de uma quadrilha de grilagem de terras. As investigações
apontam a participação deles na falsificação de documentos com o intuito
de tomar posse de áreas sem a autorização dos donos.
De acordo com o inquérito policial, as testemunhas afrimaram terem sido
expulsas das terras visadas pela quadrilha. Relatos contam que pessoas
armadas e policiais, sob as ordens de Raimundo Cutrim e de um delegado
de polícia chamado Sebastião Justino, eram responsáveis por expulsar os
ocupantes.
A regularização das terras, que seriam ilegais, de acordo com a polícia,
seria feita no cartório do 1º Ofício de São José de Ribamar, MA, com a
participação de Alberto Franco, na época, interventor do cartório.
Outras oito pessoas acabaram denunciadas também por formação de
quadrilha e falsificação de documentos.
O delegado citado no processo, Sebastião Justino, disse que não iria
gravar entrevista porque estava viajando, mas afirmou que vai provar sua
inocência na Justiça.
Fonte: Blog Marcial Lima
Fonte: Blog Marcial Lima
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