O pai,
que seria viciado em cocaína, teria administrado a droga para ela e cometido o
abuso sexual
O pai de uma menina de 12 anos é acusado de ter drogado e estuprado a própria filha, na cidade de Picos. O caso ocorreu na última quinta-feira, mas só veio a público esta semana. A polícia já tem conhecimento sobre o caso. O pai, a vítima, a mãe e outras testemunhas já foram ouvidas, e a menina já passou por exames de corpo de delito. O crime ocorreu quando a mãe da menina saiu de casa e a deixou sob custódia da avó. O pai, que seria viciado em cocaína, teria administrado a droga para ela e cometido o abuso sexual.
O
psicólogo Eduardo Moita explica que casos de estupro podem indicar uma desordem
psicológica sofrida pelo estuprador. "Segundo a Organização Mundial de
Saúde, em 48% dos estupradores foram vítimas de estupro durante a infância",
explica. Mas ele lembra que isso não exime o acusado de sofrer as consequências
da lei. "Existe um senso comum de que pessoas com transtornos psicológicos
não podem ser presas, mas não é assim. No caso do estrupador, ele sabe o que
está fazendo. Sabe que é errado, mas faz para satisfazer aquele desejo seu, e
por isso ele paga.", comentou.
Pelo lado
da vítima, o psicólogo afirmou que é essencial que ela faça um tratamento
psicológico. "A marca psicológica criada por um estupro é muito forte, mas
muitas vítimas tem dificuldade de procurar tratamento, pois ao falar do
problema, ela o vivencia novamente". disse. Eduardo explicou ao meionorte.com que no caso de crianças, como o
de Picos, é muito difícil que ela consiga verbalizar o ocorrido, e que a
família deve estar atenta para perceber sinais de algo não está certo. "As
vítimas geralmente apresentam mudanças drásticas de comportamento, ficam
agressivas, choram sem motivo aparente, passam a ter medo do que não tinham
antes. Idosos que passam por isso também tem reações bastante parecidas",
disse. O psicólogo informou que 60% dos casos de estupro são cometidos dentro
de casa.
O juíz da
vara de Violência Contra a Mulher, dr. José Olindo disse ao meionorte.com que é muito constrangedor para as
vítimas denunciar casos de estupro, mas que tem visto que esse medo vem sendo
quebrado. "Temos recebido denúncias com frequência, estão perdendo o medo
de denunciar". Ele contou que, na denúncia desse tipo de ocorrência, a
palavra da vítima tem grande força.
FONTE: Andrê Nascimento
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